O período de restrição diminuiu as atividades econômicas globais, ocasionando mão de obra reduzida nos portos para movimentação de contêineres.
Nos últimos meses o mercado de comércio exterior tem sofrido com a falta de contêineres e a alta do frete marítimo. O frete de um contêiner de 40ft da Ásia para o Estados Unidos, por exemplo, bateu recorde de alta recentemente.
De modo geral, as pessoas acham que isso acontece porque os armadores subiram frete para compensar o que deixaram de faturar no primeiro semestre. Mas a realidade é outra e bem mais complexa.
O Shipping enfrenta uma verdadeira “Tempestade Perfeita”, como os especialistas chamam.
No período de março a junho com a restrição máxima gerada pela pandemia, as atividades econômicas globais foram drasticamente reduzidas. Dessa forma, os portos se viram com mão de obra reduzida para movimentação de contêineres.
Além disso, muitas empresas deixaram contêineres parados nos portos, seja porque eles estavam fechados e não tinham como receber ou porque não tinham recursos financeiros para pagar impostos. Houve também uma grande redução na quantidade de contêineres sendo transportados.
Da mesma forma que feito no setor aéreo, os transportadores marítimos suspenderam linhas deficitárias e anteciparam docagens obrigatórias das embarcações, reduzindo a quantidade de navios contêineres em atividade.
No entanto, desde julho as atividades econômicas vêm aumentando. A China, que foi a primeira a ser afetada pela pandemia, conseguiu controlar e retornar a recuperação econômica antes dos demais países. Fazendo com que a retomada global das atividades econômicas fosse assimétrica, resultando em rápido crescimento de exportações de produtos chineses.
Devido a mão de obra reduzida no setor portuário e no setor de transporte rodoviário, os contêineres têm demorado para saírem do porto e retornarem vazio. O tempo para devolução aumentou entre 4/6 dias. Muitos portos têm sofrido com congestionamento devido a lentidão na movimentação de contêineres.
Com o número restrito de navios em navegação, os armadores não conseguiram coletar contêineres vazios para reposicionarem e atenderem a crescente demanda.
Para tentar resolver o problema de falta de contêiner, alguns transportadores marítimos vêm reduzindo o período free time.
Enquanto isso, o mercado tem tentado resolver o problema aumentando o valor dos fretes.