Guerra na Ucrânia pode causar impactos nos portos brasileiros e na economia global

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Impacto terá reflexos para a economia no mundo todo

Os ataques da Rússia à Ucrânia vão trazer impactos para a economia mundial, e, consequente ao Brasil também.  O aumento nos custos de frete marítimo, assim como problemas nos desembarques de fertilizantes são algumas causas geradas no conflito no Leste da Europa, até a safra brasileira de commodities pode ser impactada, caso haja falta dos insumos importados.

O setor marítimo foi novamente interrompido em meio ao congestionamento mundial. Muitos armadores como MSC, Maersk, Hapag Lloyd, ONE e CMA CGM suspenderam suas escalas na Ucrânia, redirecionando seus navios para portos de países vizinhos.

A Rússia também teve suspensões por muitas companhias de navegação, com exceção de alimentos, humanitários e médicos. Esta situação provavelmente vai aumentar os prazos de entrega e, consequentemente, atrasar e acentuar o congestionamento portuário global.

A Rússia e países vizinhos que estão sendo afetados com o conflito formam grandes parcerias no cenário nacional. Isso acontece, pois o território russo possui uma forte produção de fertilizantes e os portos brasileiros costumam realizar fortes operações de importação desses granéis.

Segundo o economista Helio Hallite, em entrevista ao Portal G1, “o Brasil tem uma corrente de comércio, que é a soma das exportações e importações, da ordem de US$ 438 milhões com a Ucrânia, com um superávit a favor do nosso País de US$ 15 milhões”. De acordo com ele, a partir do Porto de Santos, há exportações, principalmente, de açúcar, milho, café, carne bovina, frango e amendoins para a Ucrânia.

O economista Fabrizio Pierdomenico, em entrevista ao Portal G1, afirma que o conflito entre Rússia e Ucrânia trará efeitos colaterais de curto, médio e longo prazos. O preço do barril do petróleo, que chegou a custar US$ 105 tem variação. Isso contamina os preços em todos os mercados, podendo causar reajustes de taxas de fretes marítimos, rodoviários e ferroviários, representando inflação ao consumidor final.

Segundo o economista, Rússia e Ucrânia são importantes fornecedores de fertilizantes ao Brasil. É um tipo de compra que se tem estoque. Não é uma compra diária, como trigo e petróleo. Para ele, se essa guerra se prolongar e as indústrias da Rússia e Ucrânia paralisarem, pode ter desabastecimento de fertilizantes no mercado mundial. Dessa forma, no Porto de Santos, além das importações de fertilizantes, as exportações de cargas como soja e milho também poderão ser impactadas.

A Ucrânia é um grande produtor de milho e trigo no mercado mundial. Rússia e Ucrânia juntos produzem cerca de 30% do milho que o mundo compra. Esse conflito pode encarecer o pão na padaria, o milho, o etanol.

A invasão da Rússia à Ucrânia complica ainda mais a situação que já estava delicada com a Belarus, outro importante mercado. Uma alternativa para o mercado brasileiro, na importação de fertilizante, seria o Canadá. A redução da oferta mundial de fertilizantes certamente vai afetar o preço do produto e também do frete da importação.

Assim, o que resta ao mercado nacional em relação ao transporte de cargas é aguardar os próximos rumos que essa guerra irá tomar.

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